A Água na tradição Takelma-Siletz

“Eu já viajava pelo mundo para ser a voz daqueles que não tem voz, a voz do ar, da água, da terra. Eu fui trazida para o mundo pela minha avó que era parteira de todos onde eu morava. Ela conhecia muito sobre a água. Ela ficava observando um riacho e um poço perto da casa dela. Quando eu era garotinha ela já estava bem velha e rezava para que sempre tivesse água no poço. Ela sabia que a água era a cura dos bebês.

Eu fico assustada com o que acontece com a água no planeta. Será que é a nossa falta de gratidão? Acho que sim, a água é algo que deve ser cuidado. O rio da nossa região foi tirado da gente. E onde eu cresci havia uma nascente e há alguns anos ela secou.

A água é sagrada. Temos que nos preocupar com a água da região em que a gente mora. Eu queria que as pessoas fiscalizassem os rios do sul do estado onde vivo,  porque eles estão sendo contaminados com todo tipo de coisa. Agrotóxicos que são borrifados no solo. Onde eu moro as pessoas tem medo desses agrotóxicos, tem seus poços e riachos contaminados. Eu rogo para que vocês ensinem aos seus filhos o quanto a água é preciosa. Quando houve a catástrofe no Haiti, as pessoas precisavam caminhar muito tempo para buscar água. Eu rogo que vocês cuidem da água”.